Eu e meus muros
Prefiro não me expor. Sou o tipo de pessoa que diz, ou tenta dizer, o essencial. Sem criar laços tão facilmente, sem me despir das barreiras naturais, meus muros.
Coisa que detesto é quando me sinto extremamente incomodada com algo, descordando, preocupada, impaciente, mas por cordialidade ou no mínimo educação, tento encobrir minha agitação interior, como alguém que usa uma máscara de normalidade. Talvez por medo de ofender, ou de ter que expor os sentimentos internos, ou mesmo para não ser aquela pessoa chata, que não concorda com aquilo que a sociedade já se acostumou.
Assim reforço meus muros, pois me volto tão fixamente para mim mesma, escondendo a tensão e a infelicidade do momento, que torno ainda mais estreito o caminho para as relações mais profundas, além da superficialidade.
Muitos crêem me conhecer e não me conhecem. Um livro extenso, ainda sendo escrito, com páginas arrancadas, outras manchadas ou desbotadas, impossíveis de extrair leitura, esquecidas. Livro ao qual nem mesmo o autor auxiliar sabe interpretar trechos, não se lembra, não sabe o que será escrito. Assim são as pessoas, extensas, complexas, tão inconhecíveis por todos, e por si mesmas.
Muitos crêem me conhecer e não me conhecem. Um livro extenso, ainda sendo escrito, com páginas arrancadas, outras manchadas ou desbotadas, impossíveis de extrair leitura, esquecidas. Livro ao qual nem mesmo o autor auxiliar sabe interpretar trechos, não se lembra, não sabe o que será escrito. Assim são as pessoas, extensas, complexas, tão inconhecíveis por todos, e por si mesmas.
Dizem que criar barreiras é mais fácil do que permitir que as pessoas tenham acesso á nós. Verdade ou não, prefiro não mudar o que até agora, agindo feito seletor, só me trouxe benefícios em assuntos de relações interpessoais. Ou posso estar errada. De qualquer forma, sei que os valorosos sempre ultrapassam os muros, e se decidirem ficar, para esses, caem os muros.
Carolyne Apolinario Peluci
Carolyne Apolinario Peluci
Nenhum comentário:
Postar um comentário